Não é cedo para falar do setembro amarelo, na verdade é até tarde. Todo dia é dia de atenção ao suicídio. Mas não basta a foto do perfil com lacinho amarelo, não basta uma postagem amigável, não basta escrever no history se colocando disponível para quem quer que seja para uma conversa, não basta a empatia superficial, precisa ser realmente contagiante está causa.

A solidariedade não pode ser da boca pra fora ou então mantenhamos a boca em silêncio, ou melhor, o dedo inerte. É preciso mais. É preciso entender que existem patologias que por mais estranhas que lhe pareçam, são patologias e respeitar isso é prudente. Estar informado disso já é um bom começo.

O mundo anda estranho em vários aspectos, não parece que isso seja uma novidade, pelo contrário parece ser um consenso, mas em meio uma guerra acontecendo, em meio a fome fazendo mais vítimas, em meio a velha política se ramificado, ver que ainda há tempo para as pessoas ridicularizarem ou fazerem memes no como no caso do mendigo do DF é um tanto controverso ao novembro amarelo.

Fora de qualquer julgamento do que aconteceu, se nos mantermos neutros de qualquer posição, certamente concluiremos que não será estampando a “cara” dos envolvidos no evento que se ajudará em algo, não será conduzindo piadas com os envolvidos que seremos empáticos, talvez a hipocrisia seja chegar em setembro e dizer que aderiu a causa do setembro amarelo, é ver o caso do Will Smith e dizer que não se deve fazer piada com a saúde dos outros.

O evento ocorrido por si só já dilacera pessoas, coloca traumas nos envolvidos e estando relacionado a qualquer patologia clínica só será um amplificador dessa dor. Mas se não bastasse nos colocamos na posição de causadores de mais sofrimentos, em fazermos piadas a qualquer custo, nos tornarmos humorista com a saúde alheia. Ainda que não fosse uma motivação de saúde, o contexto pertence aos envolvidos, a não ser que tivéssemos o dom da onipresença, talvez caber-nos-ia o julgamento, mas este dom não nos pertence.

Então não esperemos o novembro amarelo. Há mais com que nos preocuparmos, ridicularizar pessoas, torna-las piadas por seus dessabores não se demostra eficiente, apenas destrói famílias, carregam o psicológico com sequelas e o setembro amarelo passa a ser apenas mais um tema para florear nossas redes sociais.